Há destinos que uma pessoa provoca e que se adaptam a ela.

AS PESSOAS FLEXÍVEIS TÊM A CAPACIDADE de se adaptar ao meio, mas conseguem manipular as circunstâncias para ajudá-las a atingir suas metas, como o lutador de judô que utiliza a força do adversário em seu próprio benefício. Em um pots anterior vimos o discurso de Bruce Lee sobre a água e sua capacidade de adaptação. Ser água é se adaptar à realidade mutável e aprender a arte da paciência.

Vejamos agora um exemplo muito comum nos contos populares: a luta entre a água, a espada e a rocha. A espada e a rocha se consideram superiores: a espada acredita que pode ferir a água, pois a parte ao meio como parte qualquer outra coisa. E a rocha, por sua vez, acha que pode cair sobre a água e danificá-la. No entanto, a rocha não danifica a água; simplesmente faz com que ela desvie o seu curso. A espada, por mais que afunde seu fio na água, não pode parti-la. A água se adapta, a rodeia, mas não deixa de fluir. Em compensação, a água pode desgastar a rocha e oxidar a espada até que seu fio não mais corte.

A paciência, a calma e a capacidade de adaptação são armas mais poderosas. O brando –a água –acolhe, enquanto o duro –a rocha –repele. Uma pedra pontiaguda é ameaçadora, mas pode ser destruída pela água, que penetra em suas fendas e, ao congelar, é capaz de parti-la, por mais dura que seja. Nosso caminho pode nos levar a muitos lugares, e, para aprender sobre eles, é preciso ser como a água e nos adaptarmos ao curso dos acontecimentos. Como o mundo nunca se adaptará a nós, devemos ser flexíveis como o bambu, que balança com o vento mas não se quebra. Um rio, em cada local que ele passa, recolhe em sua corrente fragmentos desse lugar, de tudo o que aconteceu ali. Isso enriquece o rio.

Da mesma maneira, o que encontramos em nosso caminho nos nutre e nos dá sabedoria sempre que não desprezamos esse conhecimento. Em muitos relacionamentos, um dos membros do casal, ou ambos, tenta mudar o outro, moldá-lo para que seja como gostaria que fosse. Força o outro a ser o que não é. O segredo dos casais felizes, como em qualquer tipo de relação interpessoal, é o respeito mútuo e a confiança. Com nossa imaginação e iniciativas, produzimos nosso destino, mas cada ato precisa ser um traje sob medida para as situações mutáveis. É preciso observar e entender. Só depois agir.

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